segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Toda a gente gosta do TRONO...

Toda a gente gosta do trono...
O trono é uma função biológica da vida...
O trono é uma cadeia trófica, uma selecção natural... Quem é o mais fraco? Quem sobrevive?
Quem não sabe o que é o "trono"... Todos sabem, não conhecem por esta palavra.
Num primeiro exemplo, quem nunca viu uma nota na pauta e olhou para as restantes e pensou "ah, as notas em geral também não foram grande coisa, um 13 até foi bom"...
Quem nunca se sentiu em baixo com algum acaso, e ao falar com um amigo/a para "desabafar", acabou a sentir-se pior, porque o/a amigo/a em vez de contar-lhe algo de si, tão má ou pior que a situação, antes seguia-se "hum, pois" ou então "mas tudo vai correr melhor, acredita, já passei por isso"? Aquela festinha de meiguice que não serve de nada, mas que do trono, se manda de alto e alegra a alma da ouvinte?

O trono é uma cadeia, alguém em cima, outros abaixo da cadeia... um ciclo de vida constante.

Confesso-vos, a nível académico, tenho o meu trono. Um colega, de quem não tenho amizade alguma, mas um íntima relação quando vejo as suas notas na pauta.
É que as minhas notas muitas vezes (muitas mesmo) pecam por ser baixas ou então ausentes. E este meu colega, André Pardal, é quem me faz sentar no trono e (juro-vos) às vezes rezar para que tenha entregue o teste/exame. Realiza-me antes mesmo de ver a minha nota, porque sem trono só haveria o fundo, só haveria eu (e na verdade eu até faço por mim, nos mínimos que são poucos, mas esta cadeia funciona mesmo para quem está no alto).
Alegra-me saber que não sou o "produtor" da cadeia, ninguém gosta de ser a "planta".

André Pardal. Chego mesmo a dizer lá do trono "que é que este gajo anda a fazer na faculade?! Sai daqui, desaparece" e na verdade, quero que ele continue, e de preferência, a entregar testes/exames.

Faço questão de, sempre que um amigo me confessa algo que o deixa em baixo, em troca, retirar-me do trono, deixar o lugar vago, e oferecer-lhe o trono de todas as maneiras possíveis ou impossíveis - "Olha deixa lá, hoje amputaram-me uma perna..." - desde que o lugar fique vago, até porque no dia seguinte ele nem se vai lembrar do que foi dito, mas vai-se lembrar da sensação de não estar no fundo, de haver algo pior com o qual se possa contentar.

O trono é uma cadeia... e acima de mim estarão outros desejosos do meu sucesso/insucesso, ansiosos pela "rede" que os ampara de chegar ao fundo... ninguém gosta do último lugar, ninguém gosta do trono, outros gostam muito mais do primeiro, outros agarram-se orgulhosamente ao trono e simulam uma vida perfeita para fora, quem não conhece o trono, quem não temeu o fundo, toda a gente gosta do trono...

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