O drama, a aventura... o fedor.......
Este filme não foi realizado por Sofia Coppola.
Casa nova, vida nova... a minha casa está a ser pintada de novo e alguns reparos aqui e ali. Para o efeito, contratámos um respeitável senhor. Quem diria, casa nova, vida nova... ou não.
Sábado à tarde, apetece-me um banho relaxante e sossegado de abertura ao fim-de-semana. Tranco-me na casa-de-banho e a poucos passos está o chuveiro, o fado do meu relaxamento, o fado do que é límpido, puro e imaculado... o banho mal começava e já estava interrompido. Alguém tinha tentado abrir a porta. Ah pois é, pensei eu, a nossa outra casa de banho está a servir de arrecadação mas olha, aguenta-te. "Quem é?" perguntei eu. "Nada, nada" era a voz do obreiro da vida nova. Prossegui o meu banho e poucos segundos depois três batidas na porta e a voz da minha mãe. "Abre a porta!". "É urgente?". Era mas era um instante, segundo a minha mãe.
Destranco a porta e meto-me de novo debaixo do chuveiro. Por entre os tecidos das cortinas, avisto o o obreiro da vida nova a fechar-se comigo na casa de banho. Eu todo nu debaixo do chuveiro e a separar-nos estão umas cortinas. Despacha-te lá, dá uma mija, pensei eu. Reparo que ele está de costas para a sanita a desapertar a braguilha. "Epá, desculpa lá, não acredito nisto.". Pois, pensei eu, podias ter-te aguentado caralho, eu não tenho fuga.
O senhor senta-se e estava agora a verter águas a um som metralha... até pensei que fosse o meu chuveiro a correr mais depressa e os canos a fazerem uns barulhos estranhos. Tivesse ido à guerra e baixava-me julgando-me vítima de um ataque de napalm. E continuava e continuava... e o obreiro da MINHA vida nova dizia agora "Epá oh Carlitos, desculpa-me, são os meus medicamentos, eu não controlo esta merda." Eu não conseguia dizer nada...estava em silêncio, silêncio pranto. Por esta altura já estava com vómitos. Não sabia se respirava pelo nariz se pela boca. Tapava a boca para o vómito que se aproximava às tossidelas e respirava pelo nariz. Ou tapava o nariz e o vómito ameaçava. Pânico. Interrompi o meu pranto silencioso para dizer "podes só puxar já o autoclismo?". O fedor... nunca antes cheirado. Que fedor. Quando saiu, longos minutos depois, fechou a porta atrás. Que tortura. Guantanamo, um paraíso, pensei eu. Cheiro a ovos BEM podres. Prazo de validade = séc. XV. Antes de cristo. Tomei um banho à velocidade da luz, só destapava o nariz com o frasco de champô aberto por baixo. Terminado o banho, fugi, fugi assim que pude. O fedor.........trauma número um da minha vida. O fedor........morri e renasci. Cá fora, pulmões para que vos quero. Dêem-me ar. Ainda estava vivo. Mas o fedor........
A minha vida é um lugar estranho.
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