sábado, 19 de fevereiro de 2011

Crónica de um drama paralelo (7)

A1, auto-estrada do Norte Porto/Lisboa,
O autocarro deslizava a grande velocidade e André dos Reis meditava sobre a reunião e concentrava o seu discurso de olhos fechados. As raparigas repartiam os fones do mp3 quando à sua frente assistiram a um surto nervoso do aristocrata que se agitava energicamente e observava algo acima. João, ainda que insipidamente, interessou-se pelo caso do executivo e moveu as cortinas da janela e atravessou-as por dentro da muleta na dianteira do banco à frente do infligido. A manga que sobrava para dar o nó da cortina ficava curta mas André dos Reis apoderara-se da ideia engenhosa do estudante para calar os comentários jocosos que saíam detrás às golfadas com risinhos incontidos. A ideia era suspender a cortina de maneira a que fizesse cama com as gotas que caíam do ar condicionado no colo do respeitável executivo, mas não se adivinhava fácil.


Santiago,
Mas, apesar das réplicas, a situação era descrita como tranquila. O Governo chileno deu instruções para as pessoas evitarem deixar as suas casas enquanto se está ainda na fase de avaliação dos danos. Os transportes públicos não tinham recomeçado a funcionar, mas quem precisasse podia já fazer compras em algumas farmácias ou supermercados, entretanto abertos.

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