A tartaruga e o escorpião...

Existe um velho ditado americano (julgo eu) que diz: "Shoot the messenger, but don't shoot the message." - ora aí está, o meu vizinho, de nome Paulo, foi em tempos uma companhia de café. Nunca tinha intitulado tal companhia desta maneira, mas na verdade, um ou outro tocava na campainha do vizinho e lá nos encontrávamos a seguir num café, a fumar um cigarro e... a beber um café.
O café, esse, algumas vezes apenas um de nós pedia, outras vezes pedia e pagava pelos dois (eu, na maioria) e outras houve em que raramente nos entregávamos ao pagamento individual.
E, claro, fumávamos depois das nossas saquetas, o tabaco de enrolar. E o que escolhiamos para tema de conversa de "entretém"? Enquanto não chegávamos a partilhar algo que tivesse marcado em dias antes (como seja, uma discussão com familiar, amigos, e outros), o que marcava constantemente o Paulo em discursar era sobre "Motas". Eu não sou um perito em avaliar esses conhecimentos, mas a maneira como ele me falava de Motas, sempre me levou a crer que percebia realmente daquilo (que gostava não tinha dúvidas), se bem que em geral, achava-se conhecedor de todas as matérias, um eclético, o que rapidamente ficou a descoberto quando discursava sobre matérias que eu também conheço, sem pompa e cirscuntância.
Outras vezes havia em que o tema de conversa poderia "fugir" para a mulher dele. Esta mulher, de quem não era casado mas vivia junto muitos anos, é brasileira, sem visto em Portugal há 10 ou mais anos, não trabalha e está sempre em casa a jogar jogos deprimentes pela net (como seja o Second Life). O Paulo era o cogumelo-companhia daquela mulher, isto é, ela não saía do mesmo sítio e começou a sentir-se "rejeitada". Poderia prolongar mais sobre esta pessoa e as várias situações hilariantes, mas vou já terminar com o que me importa que conste aqui.
Uma ocasião houve em que este meu vizinho, com quem a companhia de café agora já nem se presta faz tempo, uma vez me contou uma história que o avô lhe contou. A história era a seguinte:

"Uma tartaruga e um escorpião nunca se davam, a tartaruga porque estava no rio, o escorpião porque estava em terra. Um dia, o escorpião quis atravessar para o outro lado do rio e viu a tartaruga e perguntou:
- Olá tartaruga, levas-me ao outro lado do rio?
- Olá. Não, não levo, escorpião. - disse a tartaruga.
- Então porquê? - perguntou o escorpião, deveras admirado.
- Olha, porque me ias picar e morreria do teu veneno, ora essa. - redarguiu a tartaruga mas logo ripostou a o escorpião...
- Não, não! Sabes porquê? Porque se eu te picasse morreriamos os dois afogados e eu não seria tão estúpido a esse ponto, não achas? Só quero atravessar para outra margem...
A tartaruga pensou, e disse assim:
- É verdade, escorpião, se me picasses morriamos os dois, e eu não acredito que tu queiras morrer afogado. Anda, salta para a minha carapaça e eu levo-te até à outra margem!
E assim foi... o escorpião enrolou a cauda com o espigão em sinal de paz e elegantemente pousou na carapaça. Contente com a boleia, o escorpião ria-se e falava animadamente com a tartaruga, até que a meio da viagem, no meio de gargalhadas, o escorpião solta o espigão, espeta na carapaça da tartaruga e injecta o veneno fatal...
E a tartaruga disse admirada:
- Então, escorpião, julgava-te de confiança, agora vamos morrer os dois...
O escorpião encolheu-se e disse antes de morrer afogado:
- Tens razão, desculpa. Mas sabes, vai contra a minha natureza e quanto a isso não posso fazer nada...

É uma bela história, uma bela fábula, não fosse tão real nos dias de hoje. Algumas vezes o escorpião, outras vezes a tartaruga, estes dois personagens vivem os dias deles ainda hoje...

O costume....

Quem não fica chateado quando não se concorda com ele?
Digam-me, quem? Conhecem alguém? Se sim, por favor têm de me dar o número de telefone ou email,porque preciso urgentemente de encontrar uma pessoa dessas...

Como o velho ditado enuncia "a melhor defesa é o ataque", mas quando o ataque não passam de argumentos válidos para a discussão, a que tipo de ataque se está a recorrer?
A uma ataque de argumentos, pois claro....Argumentos azedos, duros de ler/ouvir, mas não deixam de ser argumentos...

Mas então, e em relação ao que se diz/profere? Bom, também para isso existe um velho ditado popular "zangam se as comadres, descobrem se as verdades"...

Mas também é verdade que "num país onde falta pão, todos ralham e ninguém tem razão"...


Tantos ditados e para tantas ocasiões diferentes, é escolher, literalmente "à vontade do freguês". A grande mágoa está em escolher qual, e saber quem, afinal de contas, é o freguês e quem nao o é.

Numa discussão toda a gente erra e ninguém ganha, mas também é conhecida a célebre frase "é no confronto de ideias que se liberta o espírito", mas que espírito, e em que circunstância???

Tanto contraditório, tanto podre falado, quem se impõe com a mentira não merece mais que do que ouvir mais mentira...

Confere, à data da publicação [26 de Novembro] ouve discussão com molho entre os titulares do blog.
Pedidos de desculpas? Nunca existem. Ataques pessoais? Ocorrem sempre.
Quem é o culpado e quem tem razão? Sinceramente isso nunca interessa, mas factos são factos e quem perde somos nós, os dois, tempo útil e tempo inútil...

Também hoje, ouve discussão entre uma pessoa que me é muito especial(outra que não o citado) e eu. A dada altura sou confrontado com uma frase que me deixou a pensar "nunca pedes desculpas". Depois de muito pensar, e com grande mágoa minha, descobri que tal é verdadeiro.

Aos dois lamento, e esperando ter sido o ultimo(devido a erros da minha parte que se espera, nao voltem a suceder)pedido de desculpas, aqui ficam.

Beijo a uma, abraço a outra, porque no fim, quem perde mais sou sempre eu...

"Um vintêm é um vintêm e um cretino é um cretino"

Coloco esta frase entre aspas porque é uma citação...
Uma citação e curiosamente a primeira vez que a ouvi foi mesmo no flash interview do jogo Nacional-Benfica...
O Benfica ganhou, mas mais que isso, o Benfica envergonhou o Nacional. A parte é que os dois treinadores não se suportam desde sempre...
Provocações antes do jogo, provocações durante o jogo, e provocações depois do jogo deram na estocada final de Manuel Machado, senhor de bigode autoritário, que disparou sobre Jorge Jesus tal como os Americanos fizeram sobre os vietnamitas na guerra do Vietname...

Passaram por clubes um do outro, comparados muitas vezes um ao outro, são o espelho do futebol português da ultima década...Birras, amuos, comentários menos próprios, cortes de ligações, é a isto que a classe dirigente nos tem habituado, mas como bons portugueses que somos, vamos na onda.

Vamos aproveitando, afinal de contas, quem não amou tal tirada? Eu não fui de certeza!

Fifa 08

É um facto, é um jogo antigo mas também é um facto que é só o melhor jogo da saga FIFA de toda a série(talvez comparável ao grande e eterno fifa road to world cup 98).

O que mexe comigo são as caras. Um jogo para ser bom tem de ser real, e para ser real os jogadores necessitam obrigatoriamente de ter caras.
Imaginem, estamos numa modesta equipa que por acaso, com compra e venda de jogadores, conseguiu chegar aos 40 mil euros. Bom, 40 mil euros pede um reforço de luxo....
Fazemos a pesquisa e encontramos um jogador genial "Kun Aguero"(sim sim, esse mesmo, o rapaz que casou com a filha do Maradona). Mas reparamos na cara de jogo do jogador e que acontece? Simplesmente uma vontade enorme de vomitar asneiras...Para mim, comprar um jogador sem cara é como comprar fruta podre, por e simplesmente não se compra, para isso tenho o pes, que vale pela jogabilidade...

Acrescentando ao facto de ter milhares e milhares de jogadores com face real(quem se lembraria de comprar o veteranissimo Tomas Helveg, ou o caduco Tore Andre Flo?) também tem estádios reais e a jogabilidade que só a saga FIFA consegue proporcionar...

Simplesmente divinal, talvez seja o objecto mais viciante criado pelo homem desde a criação e comercialização do vinho e tabaco...

Nota 4,5/5

Julie e Julia

Meryl Streep novamente em grande. A tela é pequena de mais para tanto talento...




Fui ver o filme sabendo a sinopse "uma rapariga a entrar nos 30 decide fazer, no espaço de um ano, todas as receitas de um livro de culinária". Bom, isto era o que eu pensava ser a sinopse, mas enganei me...
O filme é bem mais que isso. É um facto, esta é a ideia do filme, mas quem se haveria de lembrar de colocar a grandiosa, a gigantesca, e mágica, a imortal Meryl Streep no papel da autora do livro?

Pois bem, o filme tem duas acções temporais distintas, uma que retrata a vivência de Julia Child(fantasticamente interpretada por uma rainha contemporânea da sétima arte) aquando da sua estadia na França pós-segunda Guerra Mundial, na companhia do seu marido(um Stanley Tucci irreconhecível) e de Julie Powell (uma Amy Adams que cada vez mais deixa de ser uma revelação[Junebug, 2005 e Doubt, 2008 curiosamente na companhia de Streep] para passar a ser uma certeza), uma americana(tal como Julia), mas a viver em Queens, por cima de uma pizzaria, com um trabalho pouco estimulante, num cubículo igual a tantos outros no pós 11 de Setembro.

Julie, depois de toda a sua curta vida, ter percebido que nunca levava nada até ao fim decide, com o apoio do seu marido(Chris Messina, o actor de Sete Palmos de Terra que acaba por casar com Claire Fisher...) criar um blog onde relata toda a experiência de cozinhar os quinhentos e qualquer coisa pratos do livro de Julia....Mas sejamos sinceros, o filme é Julia Child...
De prestações de cortar à faca em Kramer contra Kramer ou no caçador, Meryl Streep está melhor que nunca. Tal como os vinhos, parece que fica melhor com a idade....

Qualquer risada, qualquer comentário, qualquer gesto, é seguido pelo publico como algo extraordinário, risos na plateia, risos nas laterais, risos risos e risos...
Meryl Streep é o motor de todo o filme, é alma, o corpo e tudo o resto.

Historia baseada em factos reais, nota 5/5 a Miss Meryl Streep, nota 2/5 para o filme.

Música Clássica

Recomendações de Música Clássica:

Maurice Ravel - Bolero
Puccini - Nessun Dorma
Prokofiev - Romeu e Julieta
Orff - Carmina Burana
Bizet - Carmer - Act 1 Prelude
Samuel Barber - Adagio for Strings (também banda sonora do filme de Oliver Stone "Platoon")
Wagner - Die Walkure
Tchaikovsky - Quebra-nozes e Lago dos cisnes
Strauss - Also Sprach Zarathusta, Op 30 - Opening (música de abertura de "2001; Odisseia no Espaço"
Chopin - Todos os Nocturnos
Erik Satie - as três Gymnopédies e as 6 Gnossienes
Liszt - Liebstraum e La campanella

Entre outros...

Jovens estrelas in and out

Falo de Mesut Ozil (21 anos), Steven Jovetic (20 anos) e Edin Dzeko (23 anos).

3 jogadores "desconhecidos" do grande público, ou desviados ainda das grandes atenções.
Por ainda não jogarem em grandes clubes e por serem ainda novos, a verdade é que estes jogadores são talentos.
Mesut Ozil é de origem turca. Resgatado ao Schalke 04 em 2007 (Agosto), joga habitualmente a extremo (avançado) esquerdo, mas poderá fazer a posição de anterior ao avançado (um 10 mais atacante). Destaca-se pela sua técnica e não tanto por fazer golos.
Convocado para os últimos jogos da selecção alemã e titular, é presença garantida no Mundial.

Steven Jovetic, jogador montenegrino da Fiorentina contratado ao Partizan em 2008, está fora do Mundial.

Edin Dzeko, ponta-de-lança bósnio contratado ao FK Teplice (clube checo) em 2007, joga no Wolfsburg. Afirmou publicamente ter recusado uma proposta de ingresso no Manchester United justificando ser admirador do AC Milan e que espera que o contrate já em Janeiro.
Está de fora do Mundial (afastado sabe-se por quem).